A moeda é a mesma: intensa, valiosa, disputada e perigosa. De um lado dela, o amor desmedido, apegado, arrebatado e cheio de expectativas.
Do outro, o ódio, a decepção e a incompreensão.Às vezes, basta muito pouco para as faces girarem e, o que antes era felicidade e realização se transforma em rancor, num sentimento amargo e mal resolvido, que prende ao passado.
Entre traições, mentiras e ilusões alimentadas, nenhum final pode ser tão infeliz para um Amor do que vertê-lo em ódio.A prática e a manutenção da raiva é uma tarefa dura, estressante e ingrata. Ela só existe porque há um amor sem canalização.Mas, convenhamos, em certos momentos é quase impossível não se deixar tomar por ela.
O Amor incompreendido ou não correspondido também pode virar uma ferida, que vai se abrindo até tornar-se difícil de cicatrizar. A rejeição e a indiferença são piores do que o ódio. O ódio é a expressão negativa do amor. São, de certa maneira, muito parecidos, faces da mesma moeda, porque se nutrem da existência do outro.
Precisamos estar atentos ao excesso de expectativas que depositamos nos relacionamentos. Despir o Amor de sacrifícios é a melhor forma de mantê-lo longe de cobranças negativas e, conseqüentemente, de expectativas exageradas e prováveis decepções.
É preciso resgatar o essencial desse sentimento que é a incondicionalidade. É dar o Amor sem quantificá-lo para transformá-lo em dívida, imaginando o que virá em troca de tal esforço. É claro que decepções, mentiras e traições são coisas amargas e justificam perfeitamente o surgimento de sentimentos negativos. Mas, nutri-los, não leva a absolutamente nada. É honesto vivê-los, consumá-los, mas sempre com o objetivo de afastá-los para manter a mente e o coração limpos e livres. Só assim é possível amar nova e verdadeiramente