quarta-feira, 26 de maio de 2010

Pablo Neruda


Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora,mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Encontra-me


" Não me procures nas estrelas,
nem tentes encontrar-me no céu,
tenta encontrar-me dentro de ti,
e não me esperes à janela,
antes me abre a porta
e feche-a depois de eu entrar"
Autor desconhecido

domingo, 23 de maio de 2010

Medo de amar


Você me deixa um pouco tonta
assim meio maluca
quando me conta essas tolices e segredos
e me beija na testa, e me morde na boca
e me lambe na nuca
você me deixa surda e cega
você me desgoverna
quando me pega assim nos flancos e nas pernas
como fosse o meu don
oou então meu amigo
ou senão meu escravo
e eu sinto o corpo mole
e eu quase que faleço
quando você me bole e bole
e mexe e mexe
e me bate na cara
e me dobra os joelhos
e me vira a cabeça
mas eu não sei se quero
ou se não quero
esse insensato amor
que eu desconheço
e que nem sei se é falso
ou se é sincero
que me despe e me vira pelo avesso
não eu não sei se gosto
ou se não gosto
de sentir o que eu sinto
e que me atormenta
e eu confesso que tremo desse sentimento
que de repente chega
e que me ataca
e assim me faz perder-me
e nem saber se esses carinhos
são suaves ou velozes
se o que escuto é o silêncio
ou se ouço vozes
Letra da música: Medo de Amar n.º 2 (Simone e Zelia Duncan)

Carlos Drummond de Andrade



“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade."

sexta-feira, 21 de maio de 2010

SONHOS E VIDA


Um pensamento, uma descoberta, novos caminhos e sonhos a se realizar.

Por quantas vezes não estivemos a ponto de sucumbir a problemas e desistir da vida por medo de seguir em frente, medo de mudar e dar um novo rumo ao destino.

É difícil olhar para o presente e pensar num futuro diferente, novo. É difícil pensar no desistir e no recomeçar.

A vida é cheia de novidades e dificuldades. Quando tudo parece estar no encaixe perfeito percebemos que o perfeito nem sempre é tão perfeito assim. A vida clama por mudanças e novidades que cabe a nós, seres, lutarmos para unificação do coração, alma e vida, traçando um mesmo caminho; repleto de sonhos, cores, amores e amigos. Uma vida onde o coração traça o caminho, a alma protege e o sentido nos guia.

A mudança sempre é difícil, mas o recomeçar é sempre gratificante. O importante é não pensar que vamos cair e sim pensar que tudo na vida tem de recomeçar, para assim aprender e com isso crescer. Aprender a ouvir, pensar, sonhar, querer, buscar, porém o mais importante é aprender a juntar todos os sentimentos em uma única força e dela buscar a esperança para um grande futuro, baseado num presente firme e forte. O futuro não é desconhecido e por isso o medo não pode existir. Não é desconhecido porque é fruto de um presente e um passado que é traçado, guiado ou domado a nossa maneira. Estamos abertos a mudanças, porque na vida o que importa é ser feliz. Temos que escutar o sexto sentido, ouvir o coração e olhar além dos limites dos olhos.
Esqueça os conceitos, os rótulos, os ditados e dizeres populares… O coração fala por si só, por mais que finja não ouvir ou pensar em não seguir, ele é teimoso. Tem horas em que o silêncio se faz presente, mas é como uma bomba relógio, pronta para explodir a qualquer momento e é ativada a partir do momento em que o caminho da felicidade é desviado. É como uma bússola que mostra um caminho que nos leva a felicidade eterna.
Por isso, sonhe, lute, acredite e se tiver que mudar, mude. O que importa é a sua felicidade e a busca dos ideais; são os sorrisos e a tranqüilidade de uma vida onde alma, coração e mentes estão inteiramente ligados. Não tenha medo de recomeçar, pois cada estrada tem uma lição e cada tropeçada um aprendizado. O que vale é ser forte é escutar o seu “eu” interior. Se tiver que chorar, chore, sorrir, sorria, pensar, pense… Mas nunca deixe de sonhar, pois seus sonhos e sua esperança são os únicos capazes de mudar seu futuro, fixar seu presente e apagar um passado.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

PORTAS ENTREABERTAS


Depois de levar muitas porradas, se existe uma coisa que eu aprendi na marra e a pouco tempo nessa vida foi a definir o status das minhas portas. Quando digo portas, falo de profissional, de social e claro, de afetivo também. Falo de portas que abrimos às pessoas e que por muitas vezes motivados pela vaidade, pela imaturidade ou pela inexperiência mesmo, deixamos entreabertas.
Portas entreabertas são indefinições paralelas, são mais ou menos, são estepes... Não gosto disso. Entreaberto é tudo pensamos ter, o que pensamos existir, o que achamos que está ali, mas que na verdade já se foi (nós sabemos disso).
Entreaberto é o amor mal resolvido, o emprego indefinido, o amigo meio-amigo, a paixão que ficou pela estrada... Entreaberto é também o egoísmo, o individualismo, é querer manter coisas, pessoas e sensações por comodismo, não por desejo. Entreaberto é o que não é... O que não se quer, o que não foi, o que não será... Mas que está ali, a nossa volta de alguma forma, perdido na agenda do celular. Entreaberto é excesso de gente, excesso de dúvidas, excesso de insegurança, excesso de bagagem na nossa vida. Excessos não são bons, vocês sabem. Excessos não somam para nossa vida, não se desenvolvem, não criam. Cultivem a medida certa, o equilíbrio, defina suas portas. Abra à azul, feche à preta.
Não precisamos de nada além de transparência e um pouco de malícia para definirmos quais são as portas verdadeiramente necessárias, felizes e importantes para nós. Vale repensar o sentido de cada uma, o que cada uma representa pra gente. Pois é preciso separar portas de portas para distinguirmos umas das outras - Portas do bem de um lado, portas do mal de outro - Para deixarmos umas bem escancaradas e outras literalmente fechadas, trancadas e distantes da nossa vida.
Existem portas que só nos fazem mal, que só nos leva aos abismos, abismos estes algumas vezes existentes dentro de nós mesmos. Não se tranquem nas portas do passado, acreditem no presente, abram novas portas.
Muitas pessoas me consideram radical quando o assunto é relacionamento... Mas do lado de cá tenho outra convicção, sou extremamente sincera com as pessoas que convivem comigo. Se isto é ser radical, tudo bem, eu sou então... Porque manter as aparências definitivamente não é a minha onda, não consigo viver relações entreabertas ou mal resolvidas. Tenho uma dificuldade absurda de ser política e socialmente correta para o mundo. E uma facilidade sobrenatural para enxergar e aceitar as coisas como elas são. Desculpe, mas eu não sei abrir um sorriso para uma pessoa que eu não gosto.
Eu não sei agradar se eu não estiver a fim, alguém pode me ensinar? Acho que a transparência é essencial em tudo, é a minha verdade, a minha sinceridade comigo mesmo. Não abro mão disso. O namoro acabou? Que ele siga a vida dele e seja feliz pra lá, não consigo ser amiga de ex-namorado(a)... Você consegue, outros conseguem, parabéns, mas eu não. A amizade se quebrou? Então que ela acabe de vez, porque pra mim amigo que é amigo não se torna conhecido (não que eu já não tenha errado, já errei e feio...), ou é ou não é.
Eu não sei se vocês me entendem, mas não há nada de tão complexo ou radical nisso... Eu apenas gosto das coisas abertas, sinceras, estampadas, verdadeiras. Isso é o mínimo, não? Tenho poucas pessoas comigo, admito, mas são poucas muitas, entendem? São pessoas que estão comigo de verdade e que não vão mudar se eu ficar mais pobre, mais rica ou se eu tatuar um dragão verde e amarelo na minha cabeça. São pessoas queridas que me fazem um bem enorme, que me dizem a verdade, que lutam pela felicidade e por um dia melhor junto comigo. Eu dispenso uma coleção de pessoas. Ao meu lado, na minha casa, na minha vida, eu só quero gente do bem e isto não é uma opção, é a minha regra.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O que é o amor?



Sonhar, intuindo sensações e emoções...
Brilho nos olhos e intensa alegria na alma...
Sentir o palpitar acelerado do coração só de pensar...
Desejar estar junto, sem reservas, disfarces, cúmplice.
Tocar e ser tocada de tantas formas...
Com palavras, com silencio, com olhares, dar e sentir prazer.
Não precisar perguntar, nem responder, apenas compreender.
Falar sobre tudo ou não precisar dizer nada.
Aceitar os defeitos e reconhecer as qualidades
Compartilhar tempo e espaço.
Recordar o passado, viver o presentee não pensar no futuro...
Será isso amor?
Eva Aune

O TAMANHO DAS PESSOAS


Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento...

Uma pessoa é enorme para você, quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena para você quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e até mesmo o amor.

Uma pessoa é gigante para você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto com você. E pequena quando desvia do assunto. Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês. Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo. É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.
Uma pessoa é única ao estender a mão e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes. Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade, sem tamanho.
William Sheaskespeare

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Refletir



“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.”
Clarice Lispector

domingo, 16 de maio de 2010

Recordações...


Hoje acordei com saudade de minha vida. Do tempo em que era criança e que o mundo parecia grande demais. Tempo em que havia tempo para tudo e principalmente para sonhar...
Saudade dos sorrisos e dos gritos de alegria! Também havia zangas que acabavam sempre com um abraço. Mas quantas vezes chorei de tanto rir... Ainda ouço as gargalhadas gostosas soltas por tudo e por nada...Saudade das vozes amigas e até daquelas que nem sequer escutava! As vozes de tantos amigos que em dias de chuva, cantavam, desafinados, as canções que faziam sucesso nessa altura.
Saudade do tempo que passou e que jamais voltara!
Hoje acordei assim... Com saudade de ontem!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Estou podando meu jardim


Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim
Meu jardim (Vander Lee)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Voltas da vida


Existem dias que não parecem dias, mas parecem anos. Há épocas em que nossas vidas parecem estar em total desequilíbrio com o universo. Ele não conspira contra nós, mas está andando um compasso a frente. Estas épocas nos desorientam e desnorteiam, cegam, dá sono e cansaço.Essas fases passam, sim!

Mas são longas enquanto duram. Cansa. Cansa o corpo e o espírito. Os prazeres diários de simplesmente acordar, simplesmente desfalece e some o ânimo de andar e sorrir diminui e por vezes nem existem. Será isto conseqüência de que? Creio eu que, da vida competida dos dias de hoje. Enquanto tentamos fazer dos dias e das horas dinheiro, o tempo passa o corpo cansa e a alma envelhece. Enquanto a vida perde um pouco da vida, corremos atrás de uma utopia da vida rica e milionária. Enquanto corremos atrás dessa utopia que pode ser real (com o tempo), perdemos uma utopia irreal que é o simples fato de viver e sorrir, de viver sem sentir dor, de viver com vontade de viver e vontade de acordar. Vivemos isso com o pensamento de sorrir para a vida depois de ter vivido algumas décadas, mas com poucas décadas para ainda viver.

sábado, 8 de maio de 2010

Pudesse eu...


"Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!"
Sophia de Mello Breyner Andersen

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Lamentações...


Estranhamente, pergunto-me: Porque queremos sempre aquilo que não temos? Aquilo que nunca podemos ter? Porque lutamos e damos tudo por pessoas que nada merecem e àqueles que o merecem temos tendência a não saber amá-los?
E nesse percurso os risos escondem-se na memória e as lágrimas espalham-se nas mãos. Sofremos por machucar os que muito amamos, sofremos porque não sabemos amar. Cada palavra parece ser uma sentença de morte, cada suspirar parece ser o último, cada traço de solidão pede a morte como final. A alma torna-se um pedaço negro, o coração um nicho de monstros. Até que, de repente, alguém chegue até nós e diga: “Abre as asas e voa, o céu tem de ser o limite. Não deixes que o mundo te corte as asas, eles não sabem o que é viver. Afinal, eles nem sabem o que é voar!”.. E então, como um pássaro que acaba de ser liberto da gaiola que o tirava a alegria da alma, voamos em busca de nós mesmos..

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Caminhos


“As pessoas deviam ter mais que uma vida ou, pelo menos, uma que pudesse também andar para trás de vez em quando. Para corrigir o que saiu mal à primeira, aprender a saborear as poucas horas boas - tal como uma canção que quanto mais se ouve mais se gosta - e, sobretudo, para poder ir primeiro por um lado e depois por outro e depois, sim, seguir pelo caminho encontrado."
Pedro Paixão

domingo, 2 de maio de 2010

Desapego de memórias



Com o passar dos tempos algumas lembranças se dissolvem e se perde entre as brumas dos acontecimentos e novas lembranças.
Não que um acontecimento novo substitua uma velha lembrança, mas, a evidência por estar mais próximo de um presente "real".
Guardar velhas lembranças como se fosse um objeto de valor, mesmo que sentimental e agarrar-se a estas lembranças como se fossem pessoas pode ser em vão, mesmo nos trazendo boas sensações elas por vezes nos mantém presa há um tempo que não nos deixa andar para frente.
Às vezes é preciso se desapegar de certas memórias para que a vida caminhe na direção do futuro.
As lembranças e nostalgias têm de ser como véus semitransparentes, no qual possamos vê-lo sem esquecer que no outro lado ainda há vida.

sábado, 1 de maio de 2010

Sobre o amor e a paixão


“Quando se apaixona é uma loucura temporária. Ela surge como um terremoto e depois se acalma, e quando se acalma você tem de tomar uma decisão. Ver se as suas raízes ficaram tão entrelaçadas ao ponto de ser inconcebível se separarem. Porque isso é que é amor. O amor não é a falta de fôlego. Não é excitação. Não é o desejo de acasalar a cada segundo do dia. Não é imaginá-lo beijando cada parte do seu corpo. Isso é estar apaixonado. Amor é aquilo que sobra quando a paixão se consumiu."