sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Carlos Drummond de Andrade


“As coisas que amamosas pessoas que amamos

são eternas até certo ponto.

Duram o infinito variável

no limite de nosso poder

de respirar a eternidade

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,dar-lhes moldura de granito.

De outra maneira se tornam absolutanuma outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,

e todos nos cansamos, por um outro itinerário,

de aspirar a resina do eterno.

Já não pretendemos que sejam imperecíveis.

Restituímos cada ser e coisa à condição precáriare

baixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho eterno fica esse gozo acrena boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.”

Carlos Drummond de Andrade

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